quinta-feira, 25 de junho de 2015

A Medicina Tradicional Chinesa
(por Gutembergue Cruz do Livramento*)

A Medicina Tradicional Chinesa (MTC), quanto ao seu aspecto milenar, é muito mais ampla do que está sendo utilizada no ocidente.  Apesar da Acupuntura ter tomado um grande vulto no ocidente, talvez por conta de ser mais fácil explicar alguns de seus efeitos pela neurofisiologia ocidental, a MTC desenvolvida na China, principalmente em alguns clãs e hospitais, utiliza-se muito mais da Farmacoterapia Chinesa, Dietética e a prática dos Exercícios Terapêuticos Chineses - Qi Gong (Chi Kung) e Tai Ji Quan (Tai Chi Chuan). Posteriormente, seguem a Acupuntura e o Tui Na (mobilizações e manipulações teciduais semelhantes à fisioterapia, usando o conhecimento médico chinês). Aqueles que querem aprender a MTC em sua essência devem ir mais além, pois precisam perceber e viver esta medicina e filosofia com maior plenitude, aplicando, antes de tudo, em sua própria vida e saúde, antecedendo qualquer prática, como supostos sabedores do tratar o outro com a MTC.

A acupuntura tem um resultado maravilhoso quando em mãos de profundos conhecedores da essência da MTC. Estudos livrescos, apesar de importantes, não são suficientes, pois devemos suar um pouco mais e aprender a mover e conhecer o nosso Qi (energia) ativamente através da prática de exercícios da medicina chinesa, meditação e alimentação saudável (de acordo a sua constituição). Com esta vivência poderemos oferecer e compartilhar uma melhor energia, assim como nos proteger melhor dos campos magnéticos que somos expostos até mesmo por aquele que tratamos. Deveremos estar mais saudáveis do que aqueles que nos procuram para tratamento, afinal de contas para a MTC somente técnica não funciona satisfatoriamente. Todo processo de tratamento é uma troca de Qi e, certamente, não é somente a erva ou a agulha que fará este processo. A energia emanada daqueles que tratamos faz parte do compêndio de possíveis causas de adoecimento do profissional de saúde.

O tratamento e a busca da saúde deverão se iniciar com a vontade e capacidade de se fazer mudanças estruturais (alimentação e exercícios corretos, forma de pensar e questões psíquicas, etc). Como dizem os chineses, enquanto a pedra for pedra ela sempre afunda e enquanto a bola for bola esta sempre emerge. Somos, por isso, semelhantes a uma fechadura que, enquanto tivermos aquela forma, sempre as mesmas chaves nos acessarão; sempre os mesmos estímulos nos adoecerão. Há uma parte de nós relacionada a nossa constituição, a qual não poderemos mudar, mas todo o resto sim, pois não são verdades e sim formação de crenças. A nossa constituição deverá ser conhecida para nos alimentarmos, exercitarmos e vivermos atentos as nossas forças e fraquezas, nos mantendo mais perto do equilíbrio. A prática da meditação diária também nos dará suporte importante nessa caminhada. As patologias vêm pela justaposição (Jie) de quatro fatores como: Alimentação, Constituição, Ambientais e Emocionais, respectivamente Gu, Zong, Liu Qi e Shen. Mude um destes fatores e comece a mudar a justaposição e o adoecimento. Mude grande parte destes de maneira focada e sustentada e dará um novo rumo a sua saúde no aspecto preventivo ou curativo. Deixe de acumular no interior as mesmas energias perversas inerentes (Fu Qi) e transforme a sua captação dos fatores ambientais de forma mais harmônica e, consequentemente, saudável. 

O Fu Qi se acumula nos tecidos conjuntivos, nos canais ou nos órgãos. É profundo por isto difícil de ser eliminado e frequentemente está nos conduzindo emocionalmente mesmo que para a destruição como hábitos de fumar, de se alimentar mal, de manter relações destruidoras da nossa saúde com o meio ambiente e com pessoas, etc. Se no seu interior há Fu Qi de Frio atrairá mais o Frio externo que outro qualquer fator acontecendo o mesmo para o Calor, Umidade, Secura e Vento. E isto mantém a tendência ao adoecimento. Por isso o que um dia matará aquele indivíduo (Fu Qi e tendência ao adoecimento) geralmente este já o carrega a muito tempo dentro de si. Por isso quando esfria ou se torna úmido o ambiente aquele indivíduo sempre coriza, aquele outro tem sempre cefaleia, aquele outro tem asma, e assim sucessivamente com seus sintomas em relação ao meio ambiente ou outro dos fatores da justaposição (Jie). 

Mude seus hábitos e atitudes físicas e mentais e mude o seu Fu Qi, em consequência sua saúde. Tomar remédios e drogas químicas se trata a doença em seu aspecto da manifestação mas nunca o Fu Qi, por isso é um método ineficaz para se obter Saúde e sim, manterá os indivíduos doente presos a remédios favorecendo o sistema capitalista da manutenção da Doença e enriquecimento das indústrias de remédios. A prova é que, apesar de vivermos mais, o mundo nunca esteve tão doente. O medicamento alopático tem o foco de não deixar o indivíduo morrer, mas, nunca eliminar a doença. Toda a pesquisa é baseada principalmente em manter o indivíduo vivo, mas dependente o máximo das drogas, a exceção acontece em algumas vacinas. Mesmo assim hoje uma criança com este excesso de vacinas inocula mais de 50 fatores patogênicos com menos de 2 anos de vida, sendo que algumas deles favorecerão  adoecimentos futuros criando Fu Qi no organismo. Até vacinas devem ser usadas com prudência.

A grande pergunta a ser feita é: Quem é este indivíduo que apresenta esta patologia?  e não Que patologia tem este indivíduo? Desta maneira, o foco do tratamento estará no Ser humano e não no diagnóstico patológico, pois diversos indivíduos com o mesmo diagnóstico deverão ser tratados levando em conta a sua constituição individual e estrutura, visto que aquela patologia "habita" um ser diferente dos outros. As diversas terapêuticas são eficazes a partir do momento que oferecem condições de cada indivíduo se tornar um agente ativo em seu próprio processo de cura, investindo e trabalhando sua estrutura. Os tratamentos passivos, apesar do grande valor ao serem utilizados no momento correto, contribuem em menor intensidade para a cura profunda, tendendo tratar, tão somente, as manifestações e não as raízes da desorganização. Mesmos fatores podem provocar diferentes patologias em diferentes indivíduos assim como diversos fatores patogênicos podem provocar mesmas patologias em diferentes indivíduos. Não há patologias incuráveis mas há indivíduos incuráveis. As vezes alguns morrem de gripe enquanto outros sobrevivem ao câncer. São apenas manifestações diferentes em pessoas diferentes. Os indivíduos são diferentes e por isso o profissional de saúde deve identifica-lo e oferecer o melhor para aquela individualidade mesmo que ofereça algum protocolo para determinadas doenças.
Desta maneira, passamos a nos questionar: estamos preparados para investir nossos esforços e estudos no aprofundamento de práticas que possibilitem tratar o indivíduo sob a óptica de devolver para o organismo a capacidade intrínseca a este como indivíduo de se manter saudável ou continuaremos tratar doenças esquecendo-se dos doentes? Medicalizando todos os sintomas e sinais. Ou nos daremos por satisfeitos avaliando cada um a nossa frente, prescrevendo tão somente algo em forma de drogas que o retire momentaneamente da crise, mantendo o ar de grande sabedores da condição da saúde alheia? Adoecendo as pessoas a longo prazo na maioria das vezes. Se nós não investirmos na mudança verdadeira, iniciando por nós mesmos, como os paradigmas mudarão?
As medicinas tradicionais antigas (como a Chinesa e Indiana) têm o grande mérito de valorizar a percepção do outro e de si mesmo com um olhar profundo e conectado com os ritmos cósmicos e telúricos, pois em tempos remotos não havia tecnologia para perceber o estado do metabolismo celular do individuo. Os médicos detentores desta sensibilidade especial eram capazes de entender que tudo se alterava de acordo com estes ritmos: a harmonia destes princípios entre o meio interior e o exterior, frente e dorso, baixo e alto, direita e esquerda, entre o YIN e o YANG. O tratamento se baseava, visto isso, em regular os ritmos e vibrações através das diversas terapêuticas, fossem elas à base de medicamentos herbais e alimentos, estímulos de agulhas, ventosas, água, calor ou frio, assim como os exercícios físicos e psíquicos que envolviam não somente as condições músculos-esqueléticas como também as condições energéticas, psíquicas e espirituais.
Precisamos reaver estes métodos incorporando-os a todos os conhecimentos modernos, fazendo uso de uma capacidade verdadeira de oferecermos para nós mesmos e para outros os caminhos da cura. Que seja sempre lembrado: A SAÚDE PASSA PELA CAPACIDADE DE CRIARMOS E RECRIARMOS AMBIENTES FAVORÁVEIS. Atualmente, profissionais de saúde interferem na patologia instalada e sequer têm meios para perceber ou educar os ritmos e vibrações inadequadas presentes no indivíduo. O pensamento ainda é aquele que, enquanto não for apresentada alguma evidência palpável o indivíduo não terá diagnóstico e por isso não estará tecnicamente doente. O objetivo não é tratar somente a patologia, mas sim favorecer os caminhos de cura do ser, pois a maioria das patologias nasce do desequilíbrio entre as energias do indivíduo em relação à energia cósmica, relacionado ao fluxo, quantidade e qualidade. Enquanto não se perceber isto, os tratamentos serão paliativos e muitas doenças incuráveis.
Os paradigmas não existem por si só: nós os criamos e os mantemos.
Que possamos honrar tanto a Medicina Chinesa quantos as outras medicinas tradicionais em suas verdadeiras essências, não as utilizando parcialmente, como mais uma aspirina. Isto seria reduzir um gigante à quase nada. Inicie a mudança por você mesmo e verá uma grande diferença.


Gutembergue Livramento

Um comentário:

  1. Muito obrigada mestre! A cada texto lido e relido, novas possibilidades de cura e autocura se descortinam. A percepçāo cada vez mais evidente de um novo paradigma de tratar o ser humano à luz da milenar Medicina Chinesa aliada à Medicina Integrativa, quântica e vibracional é incrível! Abraços, Sarah Oliveira.

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