A Medicina Tradicional Chinesa
(por Gutembergue Cruz do
Livramento*)
A Medicina Tradicional Chinesa (MTC), quanto ao seu
aspecto milenar, é muito mais ampla do que está sendo utilizada no
ocidente. Apesar da Acupuntura ter tomado um grande vulto no ocidente,
talvez por conta de ser mais fácil explicar alguns de seus efeitos pela
neurofisiologia ocidental, a MTC desenvolvida na China, principalmente em
alguns clãs e hospitais, utiliza-se muito mais da Farmacoterapia Chinesa,
Dietética e a prática dos Exercícios Terapêuticos Chineses - Qi Gong (Chi Kung)
e Tai Ji Quan (Tai Chi Chuan). Posteriormente, seguem a Acupuntura e o Tui Na
(mobilizações e manipulações teciduais semelhantes à fisioterapia, usando o
conhecimento médico chinês). Aqueles que querem aprender a MTC em sua essência
devem ir mais além, pois precisam perceber e viver esta medicina e filosofia
com maior plenitude, aplicando, antes de tudo, em sua própria vida e saúde,
antecedendo qualquer prática, como supostos sabedores do tratar o outro com a
MTC.
A acupuntura tem um resultado maravilhoso quando em
mãos de profundos conhecedores da essência da MTC. Estudos livrescos, apesar de
importantes, não são suficientes, pois devemos suar um pouco mais e aprender a
mover e conhecer o nosso Qi (energia) ativamente através da prática de
exercícios da medicina chinesa, meditação e alimentação saudável (de
acordo a sua constituição). Com esta vivência poderemos oferecer e compartilhar
uma melhor energia, assim como nos proteger melhor dos campos magnéticos que
somos expostos até mesmo por aquele que tratamos. Deveremos estar mais
saudáveis do que aqueles que nos procuram para tratamento, afinal de contas
para a MTC somente técnica não funciona satisfatoriamente. Todo processo de
tratamento é uma troca de Qi e, certamente, não é somente a erva ou a agulha
que fará este processo. A energia emanada daqueles que tratamos faz parte do
compêndio de possíveis causas de adoecimento do profissional de saúde.
O tratamento e a busca da saúde deverão se
iniciar com a vontade e capacidade de se fazer mudanças estruturais
(alimentação e exercícios corretos, forma de pensar e questões psíquicas, etc).
Como dizem os chineses, enquanto a pedra for pedra ela sempre afunda e enquanto
a bola for bola esta sempre emerge. Somos, por isso, semelhantes a uma
fechadura que, enquanto tivermos aquela forma, sempre as mesmas chaves nos
acessarão; sempre os mesmos estímulos nos adoecerão. Há uma parte de nós
relacionada a nossa constituição, a qual não poderemos mudar, mas todo o resto
sim, pois não são verdades e sim formação de crenças. A nossa constituição
deverá ser conhecida para nos alimentarmos, exercitarmos e vivermos atentos as
nossas forças e fraquezas, nos mantendo mais perto do equilíbrio. A prática da
meditação diária também nos dará suporte importante nessa caminhada. As
patologias vêm pela justaposição (Jie) de quatro fatores como: Alimentação, Constituição,
Ambientais e Emocionais, respectivamente Gu, Zong, Liu Qi e Shen. Mude um
destes fatores e comece a mudar a justaposição e o adoecimento. Mude grande parte
destes de maneira focada e sustentada e dará um novo rumo a sua saúde no aspecto
preventivo ou curativo. Deixe de acumular no interior as mesmas energias
perversas inerentes (Fu Qi) e transforme a sua captação dos fatores ambientais
de forma mais harmônica e, consequentemente, saudável.
O Fu Qi se acumula nos
tecidos conjuntivos, nos canais ou nos órgãos. É profundo por isto difícil de
ser eliminado e frequentemente está nos conduzindo emocionalmente mesmo que
para a destruição como hábitos de fumar, de se alimentar mal, de manter
relações destruidoras da nossa saúde com o meio ambiente e com pessoas, etc. Se
no seu interior há Fu Qi de Frio atrairá mais o Frio externo que outro qualquer
fator acontecendo o mesmo para o Calor, Umidade, Secura e Vento. E isto mantém
a tendência ao adoecimento. Por isso o que um dia matará aquele indivíduo (Fu
Qi e tendência ao adoecimento) geralmente este já o carrega a muito tempo
dentro de si. Por isso quando esfria ou se torna úmido o ambiente aquele indivíduo
sempre coriza, aquele outro tem sempre cefaleia, aquele outro tem asma, e assim
sucessivamente com seus sintomas em relação ao meio ambiente ou outro dos
fatores da justaposição (Jie).
Mude seus hábitos e atitudes físicas e mentais e
mude o seu Fu Qi, em consequência sua saúde. Tomar remédios e drogas químicas
se trata a doença em seu aspecto da manifestação mas nunca o Fu Qi, por isso é
um método ineficaz para se obter Saúde e sim, manterá os indivíduos doente
presos a remédios favorecendo o sistema capitalista da manutenção da Doença e
enriquecimento das indústrias de remédios. A prova é que, apesar de vivermos
mais, o mundo nunca esteve tão doente. O medicamento alopático tem o foco de
não deixar o indivíduo morrer, mas, nunca eliminar a doença. Toda a pesquisa é
baseada principalmente em manter o indivíduo vivo, mas dependente o máximo das
drogas, a exceção acontece em algumas vacinas. Mesmo assim hoje uma criança com
este excesso de vacinas inocula mais de 50 fatores patogênicos com menos de 2
anos de vida, sendo que algumas deles favorecerão adoecimentos futuros criando Fu Qi no
organismo. Até vacinas devem ser usadas com prudência.
A grande pergunta a ser feita é: Quem é este indivíduo que
apresenta esta patologia? e não Que
patologia tem este indivíduo? Desta maneira, o foco do tratamento estará no Ser
humano e não no diagnóstico patológico, pois diversos indivíduos com o mesmo
diagnóstico deverão ser tratados levando em conta a sua constituição individual
e estrutura, visto que aquela patologia "habita" um ser diferente dos
outros. As diversas terapêuticas são eficazes a partir do momento que oferecem
condições de cada indivíduo se tornar um agente ativo em seu próprio processo
de cura, investindo e trabalhando sua estrutura. Os tratamentos passivos,
apesar do grande valor ao serem utilizados no momento correto, contribuem em
menor intensidade para a cura profunda, tendendo tratar, tão somente, as
manifestações e não as raízes da desorganização. Mesmos fatores podem provocar diferentes
patologias em diferentes indivíduos assim como diversos fatores patogênicos
podem provocar mesmas patologias em diferentes indivíduos. Não há patologias
incuráveis mas há indivíduos incuráveis. As vezes alguns morrem de gripe
enquanto outros sobrevivem ao câncer. São apenas manifestações diferentes em
pessoas diferentes. Os indivíduos são diferentes e por isso o profissional de
saúde deve identifica-lo e oferecer o melhor para aquela individualidade mesmo
que ofereça algum protocolo para determinadas doenças.
Desta maneira, passamos a nos questionar: estamos
preparados para investir nossos esforços e estudos no aprofundamento de
práticas que possibilitem tratar o indivíduo sob a óptica de devolver para o
organismo a capacidade intrínseca a este como indivíduo de se manter saudável
ou continuaremos tratar doenças esquecendo-se dos doentes? Medicalizando todos
os sintomas e sinais. Ou nos daremos por satisfeitos avaliando cada um a nossa
frente, prescrevendo tão somente algo em forma de drogas que o retire
momentaneamente da crise, mantendo o ar de grande sabedores da condição da
saúde alheia? Adoecendo as pessoas a longo prazo na maioria das vezes. Se nós
não investirmos na mudança verdadeira, iniciando por nós mesmos, como os
paradigmas mudarão?
As medicinas tradicionais antigas (como a Chinesa e
Indiana) têm o grande mérito de valorizar a percepção do outro e de si
mesmo com um olhar profundo e conectado com os ritmos cósmicos
e telúricos, pois em tempos remotos não havia tecnologia para perceber o
estado do metabolismo celular do individuo. Os médicos detentores
desta sensibilidade especial eram capazes de entender que tudo se alterava
de acordo com estes ritmos: a harmonia destes princípios entre o meio interior
e o exterior, frente e dorso, baixo e alto, direita e esquerda, entre o YIN e o
YANG. O tratamento se baseava, visto isso, em regular os ritmos e vibrações
através das diversas terapêuticas, fossem elas à base de medicamentos herbais e
alimentos, estímulos de agulhas, ventosas, água, calor ou frio, assim como os
exercícios físicos e psíquicos que envolviam não somente as condições
músculos-esqueléticas como também as condições energéticas, psíquicas e
espirituais.
Precisamos reaver estes métodos incorporando-os a
todos os conhecimentos modernos, fazendo uso de uma capacidade verdadeira
de oferecermos para nós mesmos e para outros os caminhos da cura. Que seja
sempre lembrado: A SAÚDE PASSA PELA CAPACIDADE DE CRIARMOS E RECRIARMOS
AMBIENTES FAVORÁVEIS. Atualmente, profissionais de saúde interferem na patologia
instalada e sequer têm meios para perceber ou educar os ritmos e
vibrações inadequadas presentes no indivíduo. O pensamento ainda é aquele que,
enquanto não for apresentada alguma evidência palpável o indivíduo não terá
diagnóstico e por isso não estará tecnicamente doente. O objetivo não é tratar
somente a patologia, mas sim favorecer os caminhos de cura do ser,
pois a maioria das patologias nasce do desequilíbrio entre as energias do
indivíduo em relação à energia cósmica, relacionado ao fluxo, quantidade e
qualidade. Enquanto não se perceber isto, os tratamentos serão paliativos e
muitas doenças incuráveis.
Os paradigmas não existem por si só: nós os
criamos e os mantemos.
Que
possamos honrar tanto a Medicina Chinesa quantos as outras medicinas
tradicionais em suas verdadeiras essências, não as utilizando parcialmente,
como mais uma aspirina. Isto seria reduzir um gigante à quase nada. Inicie a mudança por
você mesmo e verá uma grande diferença.
Gutembergue Livramento
Muito obrigada mestre! A cada texto lido e relido, novas possibilidades de cura e autocura se descortinam. A percepçāo cada vez mais evidente de um novo paradigma de tratar o ser humano à luz da milenar Medicina Chinesa aliada à Medicina Integrativa, quântica e vibracional é incrível! Abraços, Sarah Oliveira.
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